São João, festa junina, bolo, milho, fogueira, fumaça, bombinhas estourando sem avisar. Além das comidas e incômodos típicos temos as músicas típicas como, por exemplo: o axé, pagode, sertanejo. Ahn? Axé? Pagode? Como assim?
Coisa reacionária essa de por coisas típicas em uma festa típica. Para que preservar a cultura? Se, atualmente, o que menos temos é cultura!
Sempre gostei do São João; ruas que pareciam uma entrada de um palácio lado a lado de fogueiras, perfume nem precisava por, pois a fumaça fazia com que todos cheirassem igual, mas era tão legal, desviar-se das bombinhas. Hoje, ouvem aviões do forró no fundo de um carro com duas ou três garrafas de whisky, quando não, pagodes com letras podres, escancaradas. Porque uma coisa é você colocar um ânus com uma bolinha de gude na frente, na capa de um cd, em plena ditadura militar (vide “Todos os Olhos de Tom Zé) e outra é você dizer “Piroca no Peito”, “Bota a Buceta no PAU”. São João agora é festa fora de época em uma época que todas as festas são iguais.
As musicas mais, vamos dizer assim, salientes de outrora era de Zenilton, que, pelo que eu sei, lançou apenas um cd de “sucesso”, e por coincidência, suas músicas mais “apimentadas” foram gravadas pela banda mais obscena, desde Black Style, que é Raimundos.
Trechos de músicas de Zenilton, alguns regravadas pelo Raimundos:
“Abre as pedras meu amor, é ai que o peixe se esconde quando ver o pescador”
“Seu Vavá se casou com Ambrosina e ta se queixando da sina, diz que vai se disquitar”
“Eu só fumo é no cachimbo da mulher, fumar cigarro eu nunca mais me acostumo todo dia é fumo no cachimbo da mulher”
Há uma “maldade” tácita, porém que nos alegra, até as crianças, cantam isso, sem saber da maldade, e dançam um forró. Experimente colocar “Bote a boceta no pau” que você verá maldade só na expressão corporal.
Só tenho a dizer QUE SAUDADE DE VOCÊ SEU LUIZ!
ALGUÉM SALVE O SÃO JOÃO, OU PELO MENOS A FESTA JUNINA, QUE NO TEMPO DE EU MENINO ROSA VINHA ME CONTAR